A eutrofização dos mananciais destinados ao abastecimento humano é um problema cada vez mais freqüente na realidade brasileira. Nesse cenário, criam-se as condições favoráveis às florações de cianobactérias A microcistina é uma cianotoxina que pode ser produzida por um grande número de espécies de cianobactérias potencialmente tóxicas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que já há suficiente evidência de risco toxicológico à saúde humana associada à presença de microcistina na água de consumo humano, recomendando um limite de 1μg/L, que é o exigido pela legislação brasileira, a Portaria MS 518/2004. O carvão ativado em pó tem se mostrado uma opção efetiva na remoção de microcistina e tem como vantagem a possibilidade de ser incorporado facilmente em uma ETA existente, entretanto sua eficiência depende das características do carvão. Nesse contexto, o presente trabalho avaliou quatro carvões ativados em pó produzidos no Brasil, sendo 3 de origem vegetal e 1 de origem animal, com o objetivo de analisar a capacidade adsortiva e os desempenhos dos carvões na remoção de microcistina. Foram analisadas 2 situações experimentais, em uma adicionou-se somente o CAP a uma água destilada contendo o material da lise das células de Microcystis aeruginosa e na outra adicionou-se, simultaneamente, o CAP e o coagulante policloreto de alumínio (PAC) a uma água bruta contendo matéria orgânica natural além dos compostos intracelulares liberados na lise. O desempenho dos CAPs estudados foi avaliado por meio da determinação da capacidade adsortiva e da eficiência da remoção de microcistina. Os resultados do presente trabalho demonstraram uma ação mais efetiva do CAP quando aplicado sozinho. A adição conjunta do carvão com o coagulante PAC resultou na redução da eficiência da adsorção de microcistina. Verificou-se também que o desempenho dos CAPs foi mais bem representado pelo parâmetro K, do modelo de Freundlich, do que pela capacidade adsortiva máxima, sendo consistente com a análise da eficiência de remoção. Os carvões que apresentaram melhores desempenhos foram os de origem vegetal e com maior número de iodo.
The eutrophication of Brazilian water reservoirs is increasing in the latest years. In this scenario, favorable conditions for cyanobacteria growth are created. The microcystin is a cyanotoxin that can be produced by a large number toxic cyanobacteria species. The World Health Organization (WHO) considers that there is enough toxicological evidence of risk to human health associated to the presence of microcystin in drinking water, and proposes a guideline value of 1μg/L, which is the value adopted by the Brazilian legislation (Portaria 518/2004, Brazilian Ministry of Health). Powdered activated carbon (PAC) has proved to be an effective option for microcystin removal and, additionally, it can be easily incorporated in an existent Water Treatment Plant. However, the PAC removal efficiency is influenced by its characteristics. In this context, this work evaluated four powdered activated carbons produced in Brazil, 3 of vegetal origin and 1 of animal origin, with the objective of determing its adsorptive capacity and their microcystin removal ability. Two experimental situations were studied. In one of them, PAC was added to distilled water containing intracellular material released from Microcystis aeruginosa cells lysis. In the other situation, PAC was added, simultaneously with poly-aluminum chloride coagulant, in raw water containing natural organic matter and intracellular compounds released from cell lysis. The performance of the four PACs studied was evaluated by the determination of the adsorptive capacity and the microcystin removal efficiency. The results showed that the PAC was more efficient in the removal of microcystin when added alone. The simultaneous addition of PAC and poly-aluminum chloride coagulant had a negative influence on the adsorption of microcystin. It was verified that, when compared with the maximum adsorptive capacity, the parameter K of the Freundlich model best represented the performance of the PACs studied. The values of the parameter K were in agreement with microcystin removal ability. The powdered activated carbons that presented the better performances were the ones of vegetal origin and with larger iodine numbers.