A utilização de filtros com meios filtrantes diversos como alternativa de pós-tratamento de efluentes de lagoas de estabilização, com os custos e simplicidade compatível aos das lagoas, vêm sendo estudada desde a década de 1970. Apesar disso, sua aplicação à situações específicas demandam estudos detalhados sobre os parâmetros de projetos dos filtros. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a influência da distribuição granulométrica e da taxa de filtração na eficiência de filtros de escoamento vertical ascendente na remoção de algas de efluentes de lagoas de estabilização de alta taxa. O sistema piloto utilizado no estudo consistia em dois filtros com escoamento ascendente, sendo um filtro preenchido com pedregulho de granulometria decrescente (FP) e o outro preenchido com brita nº 2 (FB), ambos com espessura de 1,5m, alimentados com efluente de lagoa de estabilização de alta taxa da ETE Paranoá, Brasília. Os filtros operaram com taxa de filtração de 3 e 1 m3/m2.dia (2 e 0,7 m3/m3.dia), em duas fases experimentais. O desempenho dos filtros foi avaliado a partir dos dados de Clorofila-a, DQO e SST, tendo como parâmetros complementares a turbidez, o fósforo, o nitrogênio (amoniacal, nitrito e nitrato) e o pH. Esporadicamente, foi realizada a quantificação do fitoplâncton presente na lagoa e nos filtros. Apesar dos filtros FP e FB demonstrarem potencial para redução de SST, DQO e clorofila-a com uso da taxa de filtração de 3 m3/m2.dia, as eficiências de remoção foram baixas. A eficiência de remoção de clorofila-a, DQO e SST aumentou significativamente nos dois filtros quando a taxa de filtração de 1 m3/m2.dia foi utilizada. Os valores médios de remoção de clorofila-a foram de 61% e 71%, respectivamente no FP e no FB e a remoção média de DQO no FP foi de 37% e no FB de 41%. A remoção de SST aumentou cerca de 40% da primeira para a segunda taxa. De modo geral, o FB se mostrou mais eficiente do que o FP, porém o teste de Mann-Whitney indicou não haver diferenças significativas entre os filtros.
The use of roughing filters with different media as an alternative post-treatment of wastewater stabilization ponds, with the cost and simplicity compatible with the lagoons, has been studied since 1970 decade. Nevertheless, its use for a specific effluent demands detailed investigation about the design parameters of the filters. In this context, this study aimed to evaluate the influence of the media size distribution and filtration rate on the efficiency of upflow vertical roughing filters in removing algae of high rate stabilization pond. The pilot system used consisted of two upflow filters fed with effluent of high rate stabilization pond of Paranoá WWTP, Brasilia – Brazil. A 1.5m media layer was used in both filters, however, one filter was filled with a five sub-layer of decreasing grain size in the range of 50 to 6.4 mm (FP) and other filter was filled with grain size in the range of 19-50 mm (FB). The filters were operated with a filtration rate of 3 and 1 m3/m2.day (2 e 0.7 m3/m3.day) in two experimental phases. The performance of each filter was estimated based on Chlorophyll-a, COD and TSS data. Turbidity, phosphorous, nitrogen (ammonium, nitrite and nitrate) and pH were used as complementary parameters. Occasionally, quantification of phytoplankton in the pond and filters was performed. Although the FP and FB filters operating with filtration rate of 3 m3/m2.day have shown potential to reduce TSS, COD and chlorophyll-a, the removal efficiencies were low. The removal efficiency of chlorophyll-a, COD and TSS was significantly increased when filters were operated with the lower filtration rate, 1 m3/m2.day. The average removal of chlorophyll-a was 61% and 71%, respectively, for FP and FB. The FP was able to remove, in average, 37% of COD and the FB 42% of COD. The TSS removal increased about 40% from first to second filtration rate. In general, FB was slightly more efficient than FP, however, the Mann-Whitney hypothesis test showed no significant difference between the two filters.