A filtração lenta é uma tecnologia de mais simples operação e manutenção, que se destaca como alternativa para o abastecimento de água em pequenas comunidades. Assim, vem se desenvolvendo o uso de tal tecnologia para o abastecimento domiciliar, ou seja, filtros em menores dimensões, operados pelos moradores e capazes de abastecer uma residência. Entretanto, aspectos como o custo de implantação e a limpeza realizada nos filtros podem reduzir a sua difusão nos domicílios, especialmente os rurais. Nesse sentido, o uso de areia de maior granulometria e o uso de mantas sintéticas não tecidas buscam reduzir os custos e facilitar a limpeza, que nesse caso seria feita apenas com a retirada e lavagem da manta não tecida. Com intuito de analisar essas questões, foram confeccionadas colunas de filtração em escala piloto, sendo operada em duas fases. Na primeira fase, buscou-se analisar a influência do uso de mantas e de areia grossa comparando com os filtros de areia fina. Já na segunda etapa, foram utilizadas duas mantas (uma de polipropileno e a outra de poliéster), para avaliar a relação entre o desempenho do tratamento e tais mantas. Como resultados, foi possível observar que a utilização de mantas não tecidas sobre o meio filtrante de areia, tanto de areia grossa quanto areia fina, tem pouca influência na remoção global de turbidez, E. coli e coliformes totais quando o filtro já se encontra amadurecido. É importante ressaltar a melhoria do tratamento ao utilizar mantas no período em que o filtro ainda se encontra em amadurecimento. Com o objetivo de avaliar a remoção de (oo)cistos de protozoários pelos filtros, foram empregadas microesferas fluorescentes de poliestireno como substitutas aos oocistos de Cryptosporidium. Foi observado que a granulometria mais grossa e a manta, quando o meio filtrante ainda não estava com a comunidade biológica totalmente estabelecida, influenciaram na redução da remoção de microesferas, apresentando, portanto, maiores concentrações efluentes. Entretanto, para o filtro amadurecido as reduções na concentração de microesferas alcançaram até 4 ordens de grandeza e a quantidade de microesferas retidas nas mantas mostrou-se significativa, especialmente para a manta de poliéster (M2). De tal modo, constatou-se que filtros de espessura reduzida, com areia grossa e dotados de mantas, apresentaram desempenho satisfatório para a remoção de turbidez, coliformes totais, E. coli e microesferas, quando amadurecidos.
Slow filtration is a simpler operation and maintenance technology that stands out as an alternative to water supply in small communities. Thus, the use of such technology has been developed for the home supply, that is, filters in smaller dimensions, operated by the residents and able to supply a residence. However, aspects such as the cost of implantation and the cleaning done in the filters can reduce their diffusion for home use, especially the rural ones. In this sense, the use of sand of greater granulometry and synthetic non-woven blankets seek to reduce costs and facilitate cleaning, which in this case would be done only with the removal and washing of the non-woven blanket. In order to analyze these questions, pilot scale filtration columns were made and operated in two phases. In the first phase, we sought to analyze the influence of the use of blankets and coarse sand compared with fine sand filters. In the second stage, two blankets with different characteristics were used to evaluate the relationship between the performance of the treatment and those blankets. As a result, it was possible to observe that the use of non-woven blankets on the sand medium, both of coarse sand and fine sand, has little influence in the global removal of turbidity, E. coli and total coliforms when the filter is already matured. It is important to emphasize the treatment improved when using blankets in the period it takes for the filter to reach maturity. In order to evaluate the removal of protozoan (oo) cysts by the filters, polystyrene fluorescent microspheres were used as substitutes for Cryptosporidium oocysts. It was observed that the thicker granulometry and the blanket, when the filter medium was not already established with the biological community, influenced in the reduction of the microsphere removal, thus presenting higher effluent concentrations. However, for the ripened filter the reductions in microsphere concentration reached up to 4 orders of magnitude and the amount of microspheres retained in the blankets was significant, especially for the polyester synthetic non-woven (M2). Thus, it was verified that filters of reduced thickness, with thick sand and provided with blankets presented satisfactory performance for the removal of turbidity, total coliforms, E. coli and microspheres, when matured.